DIA DO SICOFAA

SICOFAA: Fortalecimento das relações entre as Forças Aéreas Americanas

Composto por 22 Forças Aéreas do continente americano, Sistema completa 62 anos
Publicada em: 20/04/2023 14:41
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Fonte: Agência Força Aérea, por Tenente Eniele Santos
Edição: Agência Força Aérea

Dentre as diversas missões que a Força Aérea Brasileira (FAB) executa, destacam-se as ações de Ajuda Humanitária, para as quais o uso de meios e capacidades militares apresentam grande importância para garantir o apoio necessário à sociedade. No entanto, as barreiras naturais e as distâncias geográficas são obstáculos que, na maioria das vezes, só podem ser superadas com o uso de meios aéreos.

É de vasto conhecimento da população brasileira o trabalho desempenhado pela FAB em ações de Ajuda Humanitária no território nacional, como na Operação Yanomami, na região de Surucucu (RR), em apoio à população indígena. No contexto internacional, em seu histórico recente, em março do corrente ano, a FAB apoiou a Turquia, país abalado por terremotos em sua região.

Nesses cenários complexos de calamidades públicas no qual, por muitas vezes, a infraestrutura da região está comprometida, nem sempre é tarefa simples entregar algum tipo de auxílio às populações afetadas, sendo necessária uma estrutura de planejamento, coordenação e controle das tarefas a serem executadas dentro do “teatro de operações”.

É nesse contexto que atua o Sistema de Cooperação entre as Forças Aéreas Americanas (SICOFAA), formado pela união entre as Forças Aéreas do continente americano, cuja missão é promover a troca de experiências, conhecimentos e treinamentos que permitam o fortalecimento das capacidades das forças, de forma a dar suporte às necessidades de seus membros, além de construir laços de cooperação mútua e de interoperabilidade que garantam a eficácia em responder situações de emergência, atendendo às intenções diplomáticas entre os países do continente.

Atualmente, o SICOFAA possui 22 países atuantes em suas deliberações: Argentina, Belize, Bolívia, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Equador, El Salvador, Estados Unidos, Guatemala, Guiana, Honduras, Jamaica, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela. Além desses, existem ainda três outros países, cognominados “Observadores” e três organizações chamadas de “Convidados Especiais”.

Nas missões de ajuda humanitária coordenadas pelo SICOFAA, a FAB atuou de forma marcante no Peru, em 2017, quando o fenômeno El Niño atingiu a costa do país e provocou alagamentos em diversas regiões, deixando 101 mortos, 141 mil desabrigados e um milhão de afetados. Foram transportados mantimentos, água, medicamentos e pessoas. Também em 2017, a Força Aérea apoiou o Chile no combate a incêndios em seu território. Tal emergência no Chile se repetiu em fevereiro de 2023 e a FAB cooperou com um C-130, utilizando seu Sistema de Combate a Incêndio MAFFS (do inglês, Modular Airborne Fire Fighting System).

É dessa forma que o SICOFAA já participou de uma série de eventos reais de desastres durante os terremotos que atingiram o Haiti (2021); o México (2017) e o Equador (2016); os furacões no Caribe (2017 e 2020), e os incêndios que assolaram cidades da Argentina e na Amazônia (2019 e 2020).

Em 2011, foi formulado o “Manual de Operações Aéreas Combinadas para Ajuda Humanitária” e este vem sendo aperfeiçoado continuamente, por meio de atualizações de seu texto e anexos, a partir das lições aprendidas nos exercícios e também nas próprias operações reais realizadas.

Neste sentido, de acordo com o Oficial de Enlace (OENFA) da FAB no SICOFAA, Coronel Aviador Márcio Gonçalves Ribeiro, no último ciclo, e com uma colaboração efetiva da FAB, foi realizado um trabalho de produção de dois anexos de padronização, um para Evacuações Aeromédica (AEROMEDEVAC) – que dita como se deve realizar o apoio de saúde em situações de calamidade –, e o Apoio Espacial – que padroniza as ações da Célula Espacial Conjunta Combinada (CJSC).

Já no ciclo atual, encontra-se em processo de aprovação do Anexo de Apoio de Engenharia, cujo objetivo é fornecer uma visão geral das capacidades de engenharia e aumentar as opções das Forças Aéreas membros do SICOFAA, em ações tais como o de avaliação e análise de danos, bem como de reparo rápido de tais danos em aeródromos. “O Anexo de Apoio de engenharia vem para ajudar os afetados a aumentar sua própria capacidade de solicitar apoio. Na FAB, a Comissão de Aeroportos da Região Amazônica (COMARA) possui algumas capacidades que poderiam vir a ser empregadas nestas situações, pela excelência que possui nessa área”, explica o Coronel Márcio.

Além dos exercícios, os membros do SICOFAA participam de diversos treinamentos, entre eles, os intercâmbios de seus Especialistas em Comunicações (ECO), nos quais a FAB participa tanto enviando como recebendo especialistas com o objetivo de trocar experiências e difundir procedimentos operacionais. Em 2022, com esse foco, militares das Forças Aéreas do Equador e da República Dominicana vieram ao Brasil e militares brasileiros foram ao Panamá.

DIA DO SICOFAA

Possui sua origem na primeira reunião de Comandantes de Forças Aéreas do continente americano, ocorrida na Base Aérea de Randolph, em San Antônio-Texas, nos EUA, no período de 16 a 25 de abril de 1961. O evento possuía o propósito de promover maior compreensão e cooperação entre as Forças Aéreas das Américas, em favor da segurança da região. Posteriormente, a data de início desta primeira reunião dos comandantes, 16 de abril, foi definida como o Dia do SICOFAA por seus integrantes.

Para celebrar esta data, o Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER), realizou, no dia 18 de abril uma solenidade alusiva a data. De acordo com o Chefe da Segunda Subchefia do Estado-Maior da Aeronáutica, Brigadeiro do Ar Paulo Roberto de Carvalho Júnior, o SICOFAA, permite a ampliação de capacidades de Força Aérea, de forma a dar suporte às necessidades dos países membros, em face às mais diversas situações de calamidade provocadas por distúrbios naturais.

Na ocasião, foram condecorados militares e organizações que representam os valores cultuados pelos integrantes do SICOFAA. Assim, o Chefe do EMAER, Tenente-Brigadeiro do Ar João Tadeu Fiorentini, homenageou o Coronel Valdemar Consorte Júnior, com o prêmio “Estação SITFAA do ano”; o Primeiro Esquadrão do Quinto Grupo de Aviação (1º/5º - Esquadrão "Rumba") - representado pelo Tenente-Coronel Aviador Rosemberg Gomes da Silva - com o Prêmio Segurança de voo SICOFAA; os Sargentos Tirciano Cavalcante Ângelo e Ítalo César Vidal Matos, com a Condecoração ao Mérito Confraternidade Aérea Interamericana; e o Sargento Warley Marques Soares, com o Prêmio de Especialista em Comunicações do ano.

A solenidade foi presidida pelo Tenente-Brigadeiro Fiorentini, que destacou a importância do fator tempo no atendimento às comunidades afetadas por calamidades naturais. “A velocidade e a pronta resposta, características ímpares das Forças Aéreas, são a diferença entre preservar a vida ou perdê-la em situações de emergência por acidentes naturais. SICOFAA: UNIDOS – ALIADOS!!!”

Fotos: Divulgação e Sargento Baptista / EMAER

 

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